Prisioneira, ou tão-somente “A Fugitiva dos Relâmpagos”
Cativa do vazio que lhe transbordava a alma, as interpelações, quedavam-se a pairar no ar, sem réplicas nem tão pouco elucidações se as houvesse.
Dissimulava muitas vezes a realidade. Era mais cômodo, e não aguilhoava tanto.
Administrava os pressentimentos, e por vezes tentava mover as pedras que dispunha como se fossem dados num jogo viciado e que não se conhece nada, absolutamente nada e para o qual nunca estaremos, meramente preparados.
Mas ela fazia parte do jogo e sem ela o jogo não podia prosseguir.
Não fossem esses estados de alma, por vezes catatónicos e já tinha ido voar com os pássaros além-mar.
Numa noite inusitada de verão em que ribombaram relâmpagos, ela desapareceu.
E os velhos da aldeia, juraram, que no dia seguinte viram-na libertada de grilhetas a voar com os pássaros.
E aquele local da aldeia, ainda hoje é conhecido pelo lugar da “fugitiva dos relâmpagos”
Autor ©Piedade Araújo Sol 2013-08-31
Imagem : Alex Krivtsov
Etiquetas: Piedade Araújo Sol, Prosa Poética, Reeditado
15 Comentários:
Um poema com uma boa dose de mistério.
Boa Noite.
Boa tarde!
Muito bem. Adorei a prosa poética!! :)
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O cheiro da rosa oferecida...
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Beijo, e uma excelente dia!
Boa tarde de muita paz, querida amiga Piedade!
Uma belíssima expressão poética de quem está cativa do vazio...
O vácuo existencial produz eco...
Muito bonito.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
E, então, conseguiu mover as pedras a seu favor...
quebrar as cadeias e voar com os pássaros é sempre uma boa solução para os jogos da vida.
Boa semana!
Beijinhos.
Uma prosa que me transbordou poesia, que lindo voo entre relâmpagos e o troar do trovão. Mistérios!
Bjs querida Piedade.
Anónima, cativa dissimulava, administrava, jogava na ilusão de ser livre.
E foi quando as circunstâncias se conjugaram para a ajudar a voar.
Quantas vezes uma mão, um embalo, dão alento bastante para quebrar amarras tiranas.
Beijo, Piedade.
Será que estamos presos num jogo? Não é a vida um jogo com tempestades violentas e brisas suaves?
Ou escondemos simplesmente a dor numa doce fantasia?
Lindo....
Beijos e abraços
Marta
Nenhuma fantasia preenche vazios ou liberta prisioneiros de si mesmos. O jogo, no entanto, permite o sonho. Uma beleza, Piedade! Bjs.
Uma história interessante.
Gostei muito.
Bom fim de semana, querida amiga Piedade.
Beijo.
um texto encantador. de uma subtil ironia. que muito aprecio.
haja quem não goste de relâmpagos!
beijo, amiga
Bom dia, Piedade!
Agora, venho apenas agradecer e retribuir a visita ao meu "Rol de Leituras".
Voltarei mais tarde, para percorrer com calma os seus dois espaços de mar, luz e versos.
Beijo, bom fim-de-semana.
Um belíssimo texto, pleno de magia e poesia.
Abraço, saúde e bom domingo
Um belíssimo texto pleno de magia e poesia.
Abraço, saúde e bom domingo
E ela foi livre e voou com os pássaros. Do que dizem os outros ela não quer saber nem os vai elucidar... Texto, tão belo, Piedade!
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Boa tarde Piedade,
Um texto tão belo, mas tão belo, que ainda não tinha lido!
Os meus Parabéns pela enorme criatividade.
Um beijinho.
Ailime
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