Viver
Custa viver assim às apalpadelas
à espera de coisa nenhuma
os dias são estradas sem saída
e já não há sonhos
só um sofrer sem som
uma mágoa serena e tranquila
um egoísmo compartilhado
entre seres humanos.
à espera de coisa nenhuma
os dias são estradas sem saída
e já não há sonhos
só um sofrer sem som
uma mágoa serena e tranquila
um egoísmo compartilhado
entre seres humanos.
Custa viver assim às apalpadelas
quando não existe motivo nenhum
para coisa nenhuma
e onde há música algures
rostos desiguais desfiando sorrisos
em espaços volúveis
cheios de tédio disfarçado.
quando não existe motivo nenhum
para coisa nenhuma
e onde há música algures
rostos desiguais desfiando sorrisos
em espaços volúveis
cheios de tédio disfarçado.
Custa viver assim às apalpadelas
sofrendo tranquilamente
numa tarde quente de Junho.
sofrendo tranquilamente
numa tarde quente de Junho.
© Piedade Araújo Sol (Junho 2005)
Imagem : Viktoria Haack
Etiquetas: Piedade Araújo Sol, poesia
21 Comentários:
Imagine que desperta
no meio da floresta
e de repente
sente
que tem de estar presente
que tem mesmo
que estar à hora certa
na porta aberta
da fábrica
se falta
a humanidade pára
Garanto
viver em contacto
com coisas palpáveis
não custa assim tanto
Boa noite de paz, querida amiga Piedade!
Às apalpadelas, neste tempo desafiador, mês após mês, numa tentativa de buscar brilho aos novos dias.
Lindo demais!
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Bom dia:- De apalpadela em apalpadela se constrói o presente e o dia de amanhã. Poema triste mas muito sedutor de ler.
.
Tenha um dia feliz
Abraço
Li e o seu belo poema tocou-me, Piedade.
Bjo
Um poema brilhante...Amei!
**
Quero de volta o meu silêncio...
Beijo e um excelente dia.
Custa, sim... estar parada no limiar de tudo e sem saber se podemos avançar...
E nem a tarde quente nos convida a transpor a porta...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Uau, que delícia, poeta.
Beijos e beijos, muitos
(com máscara).
Um poema angustiante que traduz sentimentos não bons nem maus, naturais nas circunstâncias que vivemos.
Custa viver. Nunca foi fácil, mas hoje é mais difícil.
O mundo nunca foi tão selva como hoje, apesar das regras e leis terem crescido esponencialmente para regular as comunidades humanas.
Temos tudo, e falta-nos cumprir o desígnio da relação, da proximidade.
Custa viver, agora, e ainda temos água e pão... e ainda se conjugam verbos como ter e haver. Falta cumprir o ser.
Beijo, amiga Piedade.
Custa.
Mas há que ir apalpando o terreno que se apresenta aos nossos pés, caminhando tantas vezes por tentativa e erro até encontrar o motivo que nos faz caminhar.
Abraçar o caminho e calcorreá-lo com amor no coração é sempre a melhor opção.
Boa semana!
Beijinhos.
Custa muito, mesmo Piedade.
Abraço e saúde
Boa tarde Piedade,
"Custa viver assim às apalpadelas". Se custa!
Belíssimo poema que retrata de forme sublime a nossa realidade.
Tenhamos esperança em dias melhores.
Um beijinho e continuação de boa semana, com saúde.
Ailime
Tem razão, Piedade, a vida com liberdade condicionada é uma tortura lenta, muito lenta...
Um beijinho :)
Liberdade a conta gotas! jamais...
Boa entrada de mês de julho.
Abraços
janicce.
Ás apalpadelas como se fossemos livres
e somos
Bj
Às apalpadelas na angústia dos dias nebulosos e manchados que se sucedem em círculos que se fecham em si mesmos. Pequenas fagulhas por vezes que logo se desvanecem...
Apesar da angústia que escoa do poema, um pouco mais e dormiremos apaziguados...
Beijinhos,
Viver não custa, o que custa é viver a vida.
Esta frase assenta como uma luva nos tempos de pandemia que estão a ocorrer por todo o lado.
Gostei muito do seu poema, é magnífico.
Bom fim de semana, querida amiga Piedade.
Beijo.
Parar um pouco não faz mal
Mal e' não dar valor 'a Liberdade.
Éramos livres e não sabíamos
E o Mundo girava
E nós com ele derrapávamos
Para um Futuro (ainda) desconhecido.
Estamos cansados
Das causas de tantos erros
Humanos
Mas tudo e' melhor
Que a falta de esperança.
Havemos de sorrir, novamente
E dar abraços
Beijos
E sentir todos os cheiros
Acertar nossos passos.
Um beijo, amiga Pi.
Parar um pouco não faz mal
Mal e' não dar valor 'a Liberdade.
Éramos livres e não sabíamos
E o Mundo girava
E nós com ele derrapávamos
Para um Futuro (ainda) desconhecido.
Estamos cansados
Das causas de tantos erros
Humanos
Mas tudo e' melhor
Que a falta de esperança.
Havemos de sorrir, novamente
E dar abraços
Beijos
E sentir todos os cheiros
Acertar nossos passos.
Um beijo, amiga Pi.
Desejo-te um bom verão e aproveita a vida ao máximo,gostei da tua poesia e dos teus versos,muitos beijinhos,tudo de bom para ti,tem um excelente mês de Julho!!
Olá querida amiga Piedade!
Viver às apalpadelas é sem dúvida um tormento!
Mas, acredito que temos de ter esperança e que o mundo irá renascer em torno da felicidade!
Um beijinho iluminado!💙🌷💙
Megy Maia🌈
Espero que não seja desânimo o que leio nestas suas palavras lindíssimas. É que custa mesmo viver assim...
Uma boa semana com muita saúde, minha Amiga Piedade.
Um beijo.
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