terça-feira, 3 de março de 2020

Por Vezes



Por vezes (demais para o meu gosto…)
 recordo-me  de ti
das   palavras  esboçadas nos teus lábios
e jamais proferidas.

e quando o sol se demorava no teu rosto
semicerravas os olhos
que misturo sempre com cinza(de tempestade)
e verde (de esperança).

e lembro do som dos nossos  passos
na calçada
e eu dizia que estava vento
apenas para te arreliar.

por vezes quando me lembro
do teu sorriso
há sempre vento, e um cisco
tem sempre a mania de me
assanhar a retina.

hoje julguei ver-te  por brevíssimos instantes
refletido numa poça de água
da chuva  que caiu na minha  rua.

só que,
 eu nem senti  a chuva cair,
nem sobre a cidade,
 nem sobre mim.

©Piedade Araújo Sol 2020-03-02
Imagem : Laura Zalenga

16 Comentários:

Blogger " R y k @ r d o " disse...

Muitas vezes é a força do amor que faz com que enervemos quem gostamos. Só que, por vezes, corre menos bem e aí acontece o surgir de uma palavra: SAUDADE
.
Cumprimentos poéticos

terça-feira, 03 março, 2020  
Blogger Agostinho disse...

Os poetas são mesmo, assim,
conjugadores de adversidades Acrescentam tempestades,
tantas, aos lagos dos olhos,
contrariando espectativas.
Não havia vento,
nem cinza e verde,
nem, talvez, vontade
no espelho da poça,
embaciado..., enfim,
pelo respirar da chuva.
"Por vezes".

Beijo, Piedade.

terça-feira, 03 março, 2020  
Blogger O Puma disse...

Na vida nem tudo se sente

terça-feira, 03 março, 2020  
Blogger José Carlos Sant Anna disse...

Por vezes,
são tantos e inesperados
os rumores das asas,
a magia do lume
do tempo guardado em lembranças
que o viver
parece uma história
sonhada na solidão e no silêncio.

Beijinhos,

terça-feira, 03 março, 2020  
Blogger Cidália Ferreira disse...

Um poema muito bonito! :)

-
Em sonho de amor primeiro
-
Visitem o meu novo blogue sigam e linkem. Obrigada
Desafios - Prosas e Poesias

Beijos e uma boa noite!

terça-feira, 03 março, 2020  
Blogger Rogério G.V. Pereira disse...

Não sentir

Parece uma palavra de ordem
Válida quando chove

Sabes, poeta?
A Primavera está à espreita
e quando chegar
"por vezes" basta

quarta-feira, 04 março, 2020  
Blogger Canto da Boca disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

quarta-feira, 04 março, 2020  
Blogger Marta Vinhais disse...

As memórias que percorrem os dias...
Há sempre vento, há sempre chuva e nem sempre os sentimos...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

quarta-feira, 04 março, 2020  
Blogger Rita Freitas disse...

Pois, às vezes não sentimos a chuva cair, mas por vezes ela cai.
Muito bonito.

quarta-feira, 04 março, 2020  
Blogger Canto da Boca disse...

"Há sempre um vento e um cisco" na estrada da nossa memória.

A pena continua afiada a escrever belas poesias.

Beijo!

:)

quarta-feira, 04 março, 2020  
Blogger Canto da Boca disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

quarta-feira, 04 março, 2020  
Blogger Elvira Carvalho disse...

Os ciscos são uma boa desculpa, quando a saudade se torna dolorosa.
Abraço

quinta-feira, 05 março, 2020  
Blogger Jaime Portela disse...

Um magnífico poema, gostei imenso.
Excelente escolha da foto.
Um bom fim de semana, Piedade.
Beijo.

sexta-feira, 06 março, 2020  
Blogger Majo Dutra disse...

Saudade profunda e nostálgica.
Ficou muito bem.
Beijinhos
~~~~~

sábado, 07 março, 2020  
Blogger Graça Pires disse...

As poças de água a fazerem o reflexo do olhar de Poeta nas horas mais emocionadas…
Lindíssimo poema, minha Amiga Piedade.
Uma boa semana.
Um beijo.

segunda-feira, 09 março, 2020  
Blogger Poesia Portuguesa disse...

As memórias e a saudade andam sempre de mãos dadas.

Belo poema que me fez pensar...

Beijo

quinta-feira, 12 março, 2020  

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