Istvan Sandorfi
Eu
podia pegar nas tuas mãos e dizer-te palavras bonitas e sei que elas já não
significam nada.
Naquele
outro tempo, eu pegava na tua mão e ela segurava a minha, assim, como se fossem
as duas uma só.
E
hoje as tuas mãos devem segurar outras que se encaixam nas tuas, como as
minhas, um dia se encaixaram.
E
eu podia escrever textos e cartas e até poemas, com palavras belas e cheia de
ternura, mas eu não sei se alguma vez, o significado que eu lhe daria, seria
compreendido por alguém.
E
eu sei que a vida é bela, e não sei porque, às vezes, eu vejo a vida a passar e
fico para aqui alheada dela.
Queria
escrever que a felicidade é sentir que a solidão afinal pode ser compartilhada,
e que as minhas mãos por vezes ainda sentem o calor das tuas, embora os meus
dedos, já não se entrelaçam nos teus, e, penso que elas, as tuas mãos continuam
macias e levam outras mãos a caminhar pelas palavras bonitas que eu podia dizer
e que sei escrever e que talvez hoje já não significam nada...
©
Piedade Araújo Sol 2007-01-11
Bom dia. Uma prosa muito bonita repleta de sentimento. A música de fundo enche-nos a alma. Adorei
ResponderEliminarBjos
Boa Terça-Feira.
Hoje o tema é meu lá no "Brincando"
Que bonito!! Amei
ResponderEliminarBeijo e um dia feliz.
"Eu podia pegar nas tuas mãos", começa, assim, a Poeta numa sinfonia primava de mãos (sempre a houve em triliòes de leituras e interpretações), colocando em linha, como se de um baixo contínuo se tratasse, notas e pausas colocadas em pauta.
ResponderEliminarMãos que muito dizem, mas há o comunicar que fica no limbo do simbólico: o que as palavras não podem expressar: são coisas no campo do indizível.
Tanto! Muito mais do que aparentam, comunicam. Muito mais as mãos sabem. Porque nas mãos residem, muito para além dos sentidos, os recetores e os transmissores da semiótica do sagrado, que há em mim e que há no outro. E a Poeta sabe de si.
A poeta acaba de forma magistral, fazendo apelo à memória. É que as mãos também têm memória.
Se eu disser que gostei não estou a exagerar, antes pelo contrário.
Bj.
Revelação de uma ânsia inconsútil, agitada, ao recordar a “lengalenga das mãos”, como se o Eu ainda tivesse muita coisa a dizer ao Outro, ainda que fosse uma confissão ligeira, uma só palavra... até mesmo um beijo?
ResponderEliminarTenho uma única certeza: há muita delicadeza e expressividade na melodia desse texto.
Um abraço,
Quando as mãos se entrelaçam
ResponderEliminarE cria nelas pura sedução
Existem momentos que nunca passam
Ficam gravados no coração
........................
Adorei o seu tema. Lindo demais.
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Cumprimentos
Um texto emocionante. Um poema ou uma prosa poética, que me deixou sem palavras.
ResponderEliminarUm abraço
As mãos são belas nas cartas, nos poemas que deixam...
ResponderEliminarE lembram sempre o toque, a pele e esse calor que está agora apenas na memória....
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
No dia em que tuas mãos pararem
ResponderEliminarnada mais esperes da vida
pois nada te acontecerá sem elas
Se calhar pensando bem até se pode dizer que: As mãos são o espelho e as mensageiras da Alma.
ResponderEliminarSerá que esta minha frase tem algum "sumo" de verdadeira?
Gostei muito de ler o seu tema
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{ Suporta o coração a ilusão, o ódio, o desamor }
.
Deixo cumprimentos e os votos de uma Quarta-Feira muito feliz.
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Um belíssimo entrelaçado se bem que um pouco triste!!!bj
ResponderEliminarAh esses seus devaneios.. que traduz bem a ternura das mãos quando se entrelaçam aos pares _ aos do filho pequenino que queremos proteger_ aos amigos em demonstração de amizade eterna_ aos bebês quando queremos lhes dizer o quanto são frágeis_ aos enfermos quando lhe confortamos. Ah as mãos! quanto falam sem dizer palavra alguma!
ResponderEliminarVocê tem um quê de magia que nos faz filosofar rs
Um abraço Piedade_saudade.
Que nunca lhe doam as mãos
ResponderEliminarMuito bom, Piedade! E verdadeiro: "a solidão afinal pode ser compartilhada"! Belo post, bom resto de semana.
ResponderEliminarTão lindo esse poema Piedade. Fico maravilhada sempre que te leio. Gostei imenso. A imagem casou tão bem com o poema. É linda.
ResponderEliminarUm beijo!
Continuação de boa semana!
As mãos também falam. E quando elas se calam...
ResponderEliminarMagnífico texto, parabéns.
Bom fim de semana, amiga Piedade.
Beijo.
Las manos son una maravilla y están llenas de significado. Has escrito un poema maravilloso, inspirado y lleno de ternura y sinceridad.
ResponderEliminarUn abrazo. Franziska
A saudade em estado puro... Parabéns.
ResponderEliminarAh, as mãos dadas....
ResponderEliminarCresci vendo minha mãe e meu pai de mãos dadas.
Meus filhos e minha filha cresceram nos vendo de mãos dadas.
Quero ver mais mãos dadas sempre...
abraço
Lola
Mãos que a vida desentrelaçou... brilhantemente exposto em palavras... e um universo de infinita inspiração, para os poetas...
ResponderEliminarMaravilhoso trabalho, Piedade, com a qualidade de sempre!...
Beijinho! Bom domingo
Ana
A vida não é compasso de espera, a vida é eterno movimento, com milagres a acontecer a cada momento...
ResponderEliminarBelo, Piedade!
Um beijinho :)
Uma despedida melancólica (como sempre acontece). Uma belo prosa!
ResponderEliminardeste calor das mãos
ResponderEliminardesprendem-se palavras
dadas.
inspiração:
"com as mãos
se faz e se desfaz
a guerra e a paz.
e das mãos
que acariciam
despertam
e guiam
há mãos estendidas
mãos de emoções
de linguagem
e de esperanças perdidas.
com as mãos
se faz o pão
da virtude
do pecado
e do perdão.
Luís M"
belo poema, amiga Pi.
As mãos. A memória das mãos. O silêncio a doer na voz quando as mãos deturpam os gestos e gelam os lábios. Um poema muito sentido, Piedade.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Aguardo o próximo post, Piedade! Boa semana.
ResponderEliminarUm poema epistolar que nos transporta para a candura e densidade dos afectos de uma forma verdadeiramente bela:No baile das mãos, no tricotar de dedos tão simples como enternecedor.
ResponderEliminarBeijinho, P. **
Querida, que bela mensagem.A saudade, o afeto, o bem querer...Linda! tenha um belo dia
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