terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Cicatrizes


Lord Kevinz
Subsistem ainda todas as cicatrizes,
neste peito cerceado de
fracções de memórias
hibernadas num corpo
em permanente calcinação.
Se o tempo não extinguir,
um dia saberás o que resta
em resquícios de bálsamo na pele
e penumbras nas tardes fenecidas
por entre o eco do mar a esvair-se.
Então serei as cinzas expelidas ao vento,
e a luz sobrepor-se-á à carência
de auscultar os sons que nunca
chegaram no voo dos pássaros
nem nos barcos que fundearam.
E as cicatrizes serão somente
sonhos suturados nos azuis
que eu sempre semeei nesse mar
e nessa praia de areia fina
onde os silêncios(meus) soterrados estão.

©Piedade Araújo Sol 2015-02-05

26 Comentários:

Blogger Luis Eme disse...

cicatrizes...

marcas da vida...

memórias...

abraço Piedade

terça-feira, 10 fevereiro, 2015  
Anonymous deep disse...

As cicatrizes fazem parte do nosso percurso.

Bonito, muito bonito. :)

Bj

terça-feira, 10 fevereiro, 2015  
Blogger Marta Vinhais disse...

Ha sempre cicatrizes...Algumas bem profundas e doridas...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

terça-feira, 10 fevereiro, 2015  
Blogger Cidália Ferreira disse...

Soberbo Poema! Parabéns.

Dia feliz, beijinho
Coisas de Uma Vida 172

terça-feira, 10 fevereiro, 2015  
Blogger Teresa Durães disse...

As cicatrizes são os ecos desses silêncios!

terça-feira, 10 fevereiro, 2015  
Blogger O Puma disse...

Belas inevitáveis cicatrizes

suturadas algumas
mesmo que doam

terça-feira, 10 fevereiro, 2015  
Blogger Vera Lúcia disse...


Belíssimo poema e a imagem é impactante.
Cicatrizes... quem não as tem? Ainda que suturadas não impedirão marcas eternas.

Beijo.

terça-feira, 10 fevereiro, 2015  
Blogger Rogério G.V. Pereira disse...

Há muito que me faltava um poema teu
Este
Doeu

quarta-feira, 11 fevereiro, 2015  
Blogger Nilson Barcelli disse...

Há cicatrizes assim...
Gostei do teu poema, é excelente.
Bom resto de semana, querida amiga Piedade.
Beijo.

quarta-feira, 11 fevereiro, 2015  
Blogger Andrea Liette disse...

Querida Piedade,

Penso que todos os acontecimentos se desvanecem em rastros da existência. .. afinal, esse é o nosso único e inevitável destino.
Ainda bem que semeias teus sonhos azuis na areia, de onde provém uma poesia sensível, junto às marés de delicadezas.

Muita paz e confiança que os tempos difíceis também passarão...

Beijos.

quarta-feira, 11 fevereiro, 2015  
Blogger Escritora de Artes disse...

Como me identifico com suas palavras....faço das suas cicatrizes as minhas....

Bjos

quarta-feira, 11 fevereiro, 2015  
Blogger Smareis disse...

Tem cicatrizes que sangram a vida toda.
Gostei demais do poema.Muito bem tecido.
Um beijo!
Blog da Smareis- É só clicar aqui!

quarta-feira, 11 fevereiro, 2015  
Blogger Rita Freitas disse...

Quem não tem cicatrizes talvez não tenha vivido tão intensamente.

Gostei imenso destas palavras.

beijinhos

quinta-feira, 12 fevereiro, 2015  
Blogger Manuel Veiga disse...

cicatrizes que permanecem como bálsamo.

belo teu poema.

beijo

quinta-feira, 12 fevereiro, 2015  
Blogger Agostinho disse...

Um poema tremendo que dói em arrepios de alma.

Percorres a praia na incerteza das lâminas mas há-de vir uma brisa amaciar a areia agreste da pele do teu poema.

quinta-feira, 12 fevereiro, 2015  
Blogger MARIPA disse...


Cicatrizes no corpo, cicatrizes na alma ,marcas no caminho já percorrido que sangram e fazem doer...

Poema onde os azuis se misturam com a tua sensibilidade à flor da pele.

Beijinho, querida Pi.

sexta-feira, 13 fevereiro, 2015  
Blogger SOL da Esteva disse...

A excelência da tua Poesia tem imensas marcas, cicatrizes que se não podem esquecer nem apagar.
Belo Poema.


Beijo


SOL

sábado, 14 fevereiro, 2015  
Blogger Fê blue bird disse...

Um poema forte com tu minha amiga.
Tudo passa, acredita!

Beijinho

sábado, 14 fevereiro, 2015  
Blogger AC disse...

A poesia semeia, a colheita nem sempre é visível aos seus olhos. Mas a poet(is)a deve insistir, ela sabe disso.

Um beijo :)

domingo, 15 fevereiro, 2015  
Blogger Unknown disse...

Ai, Piedade, que tão grande, quão enorme emoção nos passa em cada verso deste seu poema.
E tudo se resumirá a pouco mais que « as cinzas ... ao vento».

bj amg

domingo, 15 fevereiro, 2015  
Blogger Evanir disse...

Um poema forte latejante de dor
deixando profundas cicatrizes..
Um feliz final de Domingo.
Beijos.
Evanir.

domingo, 15 fevereiro, 2015  
Blogger Isa Lisboa disse...

Eu costumava achar que as cicatrizes ficavam para sempre... Mas começo a perceber que não, que podemos curá-las ;)Mesmo as silenciosas...

domingo, 15 fevereiro, 2015  
Blogger Cidália Ferreira disse...

Boa noite

Venho deixar um beijinho de carinho

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

segunda-feira, 16 fevereiro, 2015  
Blogger Ana Tapadas disse...

É dolorosamente belo o poema e a imagem sublinha essa beleza...

Beijos

segunda-feira, 16 fevereiro, 2015  
Blogger vida entre margens disse...

Olá Pi!
Tudo o que está cicatrizado, está curado, e não voltará a sangrar...
A sutura, ficará para sempre gravada entre os azuis do céu e do mar...

Adorei ler!

Beijinho e boa semana...:)

segunda-feira, 16 fevereiro, 2015  
Blogger Henrique Caldeira disse...

talvez a consciência poética de uma evolução e de uma certa inutilidade das cicatrizes, na escalpelização das dores que serão um desengano lúcido e que se unem aos sentimentos, à experiência de vida (com silêncios e manifestações) e à reflexão. cicatrizes que são, simultaneamente, uma aprendizagem e que, no todo, e pelo momento reflexivo, são a fundamentação da disposição emocional e a sua demonstração. mas há um fundo de esperança e de progressão positiva.
gosto!
:)

segunda-feira, 23 fevereiro, 2015  

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