terça-feira, 11 de outubro de 2011

7


já te pintei sete vezes. sete é um número – impar. o mesmo das colinas da cidade.


por vezes meus dedos tacteiam o ar para melhor reter as cores – os azuis e tu ficas de perfil sorvendo o sol.


amornas a tarde com um suspiro enrolado em ternuras dispersas e amedrontadas com a inocência dos momentos – idos.


mas por vezes o meu desenho são apenas pedaços envoltos em neblina e cheiros de maresia.


e as cores rubras são as mesmas da tarde a derramar-se em sangue no poente.


um dia vou reproduzir os cinzentos que se formam nas tardes e nas despedidas da luz que feneceu no horizonte.


e respirar é preciso para dar vida ao meu desenho.


© Piedade Araújo Sol
Outubro-2011
Foto: _-_-_Eau_

21 Comentários:

Blogger carlos pereira disse...

Minha querida amiga, POETISA Pi;
Simplesmente MARAVILHOSO este poema.
Um beijo.

terça-feira, 11 outubro, 2011  
Blogger Carlos D disse...

Sete é o nome de uma tela desenhado com o sentir de um momento, onde os sentimentos respiram liberdade.

terça-feira, 11 outubro, 2011  
Blogger CNS disse...

Sete é um número mágico...

terça-feira, 11 outubro, 2011  
Blogger Marta Vinhais disse...

O nº da sorte...O da ternura expressa em cada um destes versos....
Mas que se pintem no cinzento as cores rubras....
Beijos e abraços
Marta

terça-feira, 11 outubro, 2011  
Anonymous Anónimo disse...

Então respira.

terça-feira, 11 outubro, 2011  
Blogger Filoxera disse...

Gostei tanto deste teu post!...
Espero que um dia a tua pintuta seja feita de amarelos e ocres.
Amarelos de luz, iluminando reencontros adiados.
Ocres do calor das almas felizes.
Um beijo, Pi.

terça-feira, 11 outubro, 2011  
Blogger Mar Arável disse...

... e já é tanto

terça-feira, 11 outubro, 2011  
Blogger mfc disse...

Uma escrita doce que me agrada tactear!

terça-feira, 11 outubro, 2011  
Blogger Luis Eme disse...

um dia...

que pode ser hoje.

beijinho Piedade

quarta-feira, 12 outubro, 2011  
Blogger manuela baptista disse...

sete

como as travessias do Tejo

mais uma, para não ficarmos do outro lado


talvez tenha de o pintar sete vezes sete e o desenho ganhará forma

um beijo

manuela

quarta-feira, 12 outubro, 2011  
Blogger Manuel Veiga disse...

magico poema! ...
dulcissimas cores com que das vida aos teus poemas.

gostei muito, mesmo!

beijo

quarta-feira, 12 outubro, 2011  
Blogger mixtu disse...

um desenhar
um desnudar
em pedaços...
neblinas...
numa despedida...

abrazo serrano

quinta-feira, 13 outubro, 2011  
Blogger Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Por vezes das nossas mãos voa o arco-íris com que pintavamos a vida e fica apenas um céu acinzentado.
Como sempre gostei de te ler a alma com que te escreves.

Beijinhos com carinho
Sonhadora

quinta-feira, 13 outubro, 2011  
Blogger Virgínia do Carmo disse...

Piedade, há algo de cinestésico em toda a tua escrita e neste poema em particular. Será um bom exercício memorizá-lo e repeti-lo de olhos fechados.

Um beijinho e obrigada por mais este bonito momento.

sexta-feira, 14 outubro, 2011  
Blogger Virgínia do Carmo disse...

E agora que penso nisso, de sinestésico, também. Porque são tantos os sentidos que convocas!

Beijinhos e bom fds

sexta-feira, 14 outubro, 2011  
Blogger SOL da Esteva disse...

Piedade

Perfeita afinidade Poética entre a Pintura e o Desenho onde "(...)respirar é preciso para dar vida ao meu desenho."
Sensível!


Beijos


SOL da Esteva

domingo, 16 outubro, 2011  
Blogger AC disse...

Por vezes queremos agarrar os sentidos, mas escapam-nos para lá do horizonte. E o desenho ressente-se.

Beijo :)

domingo, 16 outubro, 2011  
Blogger O Árabe disse...

Desenho que nas tuas palavras ganha vida... e quanta vida! :) Boa semana, amiga.

segunda-feira, 17 outubro, 2011  
Blogger Nilson Barcelli disse...

Mas nem é preciso respirar para que as tuas palavras tenham vida.
Excelente poema. Gostei imenso.
Querida amiga Piedade, tem uma boa semana.
Beijos.

segunda-feira, 17 outubro, 2011  
Blogger Canto da Boca disse...

O sete é um número cabalístico, perfeito!
Deus fez o mundo e no sétimo, descansou!
É o 'número que rege a natureza do Sol, da Lua - com as suas sete fases - e do homem e da mulher'. Uma literatura vasta nos informa sobre ele, 'sete são os dons do Espírito Santo'; 'Sete são os sacramentos'. E quantas outras referências mais encontramos sobre ele? Para os 'judeus, que obedecem ao Tora, praticam o Sabat' - descansam , no sétimo dia -;
os sete pecados capitais, no cristianismo;
sete yogas para os indianos, 'raja, jnana, karma, bhakti, hatha, tantra ou kundalini e kriya';
para 'Pitágoras o sete representava a soma dos três divinos com os quatro terrestres';
Em 'Platão o sete era "o número bem amado por Deus", e o amor platônico ascendia em sete níveis ou modos definidos deste o puramente pessoal até a emoção impessoal';
e ainda 'o símbolo da sétima sephira é a estrela de sete pontas';
'o Menorah, ou candelabro de 7 pontas do judaismo e a representação da 'Árvore da Vida';
O sete está presente nas notas musicais; são sete os mares; sete dias da semana; sete cores do espectro; sete maravilhas do mundo.
'O sete está nas profecias do Apocalipse. Está na astrologia da Caldéia. Está no Egito, na China, na Índia, no Japão, no Oriente e no Ocidente'. Se eu ainda quiser elencar o sete, trarei-os aqui: 'Sete, as cidades de pedra. Sete, as torres de Constantinopla. Sete, as colinas de Roma. Sete, as pragas do Egito'.
E peço-te perdão setenta vezes sete, por ter deixado tanta informação, é que seu poema é mais do que uma pintura na emoção, é referência à perfeição!

Beijão, querida!

terça-feira, 18 outubro, 2011  
Blogger Sempre disse...

Deslizo o olhar em cada frase, dedilho cada palavra, absorvo lentamente e respiro a doçura feita poesia. É bom perder-me por aqui. Beijinhos ;)

quinta-feira, 20 outubro, 2011  

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