terça-feira, 29 de julho de 2025

Sobrevivência de Sentires

Desse amor, puro e, no entanto, sensual,
agridoce e quase cítrico,
aromático como a terra molhada,
e que ficou doendo cá dentro.

Foi quase uma honra caminhar contigo,
em silêncio — como quem não sabe
nem quer saber
do que pode ou vai acontecer.

Seremos reais, talvez...
ou apenas mundo de palavras,
enroladas no peito
de uma estória por contar.

Ou o poema que ainda não foi escrito:
com palavras leves ou intensas,
enredos suaves ou selvagens,
sobrevivência de sentires.

E ficou aquele abraço tão terno,
as mãos entrelaçadas,
as ruas calcorreadas,
os enigmas desentrançados.

Sempre que quiseres,
solta o sentir — eu sei ouvir;
e, se tiver que ser,
também sei calar.

© Piedade Araújo Sol 2025-07-29
Imagem :Ilya Kisaradov 

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16 Comentários:

Blogger Marta Vinhais disse...

A harmonia, o entrelaçar das emoções e sentimentos...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger Maria João Brito de Sousa disse...

E a seguir a um inesquecível Sorriso vem esta Sobrevivência de Sentires que nos convida a falar do que sentimos... Ou talvez não sejamos nós, leitores, que somos convidados a partilhar sentires e eu apenas me tenha entusiasmado com a ideia...

Um dia feliz para si, querida Piedade Sol

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger Agostinho disse...

Sabe-se quase por intuição,
experiência, mímica gestual...
A sobrevivência carece de alimento
Isso emerge da "terra molhada"
O amor o amor não pode morrer
à sede
por vontade expressa decidida
Ele aflora na última estrofe

Li, com muito gosto, o filme que se adivinha no curso do poema.
Bj.

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger lis disse...

Tem algo bonito em caminhar assim, silenciosamente, sem prometer _ uma nova forma de sentir., de falar ,de ouvir ou apenas estar .No silencio fica sempre aquela saudade sem lembrança. E concordo com o Agostinho_ não morre.
Bonito poema, Pity

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger Graça Pires disse...

É bom esse silêncio que sabe ouvir que sabe ficar entre o dito e o não dito, que sabe sentir as palavras enroladas no peito e deixar que elas se soltem para se transformarem em aves libertas de sombras. Tão belo que me sensibilizou, minha Amiga Piedade.
Tudo de bom.
Um beijo.

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger Ailime disse...

Boa tarde Pity,
Um poema tão belo que me comoveu.
Apreciei imenso como falou de sentires ainda presos no peito ou enrolados nas palavras, mas que fizeram doer.
Um amor assim, só pode sobreviver e continuar a morar nos corações de quem ainda se ama.
Beijinhos, Pity, e continuação de boa semana.
Emília

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger Mona Lisa disse...

Soberbo e emoci..onante poema!
Um amor puro nunca morre, apenas
adormece nos braços da saudade, acordando mais forte e profundo, quando a a dor intensa da saudade o despertar!...
O amor verdadeiro nunca morre!
Adorei o poema!
Beijinho e óptimo fim de dia, Pity.😘

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger RÔ - MEU DIÁRIO disse...

O texto, bonito por sinal, nos fez, a todos, falar o que achamos. Valeu!!!!

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger Eros de Passagem disse...

Queria tanto dizer mais alguma coisa, Piedade! Mas o poema, como diz a amiga Graça, o poema nos sensibiliza.
Não há noites ou dias que apaguem da memória este "sentires".
Beijinhos, Pity!
José Carlos

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger Roselia Bezerra disse...

Olá querida amiga Pity!
Ficou sim aquele abraço diferenciado, aquele entrelaço de mãos apertadas e cheias de frisson.
Lindo poema!
Tenha dias abençoados!
Beijinhos fraternos de paz

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger J.P. Alexander disse...

Me gusto tu poema. Te mando un beso.

terça-feira, 29 julho, 2025  
Blogger Olavo Marques disse...

Olá querida Piedade! Mais um belíssimo poema seu, como já nos acostuma. Saber ouvir e calar, qualidades importantíssimas! Abraços! 🤗

quarta-feira, 30 julho, 2025  
Blogger Rogério G.V. Pereira disse...

O poema tem essa magia
de retratar uma relação tida

Beijinho

quarta-feira, 30 julho, 2025  
Blogger morfeas disse...

Πολύ όμορφο ποίημα Piedade!

quinta-feira, 31 julho, 2025  
Blogger Andre Mansim disse...

Lindo poema minha amiga!
E esse: agridoce quase cítrico, foi muito inteligente.

Você sempre se supera.

quinta-feira, 31 julho, 2025  
Blogger brancas nuvens negras disse...

Sobrevivemos... de vez em quando.

sexta-feira, 01 agosto, 2025  

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