Não limpes a lágrima
- chora-a até ao fim
hajota
há dias em que os tumultos
se entranham devagar em mim,
como se um mar me habitasse.
do céu, nem um bulício de bem-estar,
nem a mais ténue luz de serenidade
se espreguiça dentro de mim.
forma-se um véu de sombras —
cinzentos baixos roçando o breu
em labirintos sem saída.
dentro de mim é o caos:
um destino sombreado,
com lágrimas a roçar-me o rosto.
talvez, caindo livremente,
sejam apenas mais uma gota
na imensidão do mar que me habita.
©Piedade Araújo Sol 2025-07-08
Imagem : Marina Stenko
Há dias em que até o próprio Sol é cinzento tanta é a dor...
ResponderEliminarE, sim, instala-se o caos....
Belo...
Beijos e abraços
Marta
Olá, querida amiga Pity!
ResponderEliminarQuando temos um mar dentro de nós, estamos sujeitas a derramar nossas lágrimas em abundância nele...
Logo após, vem o bulicio de bem-estar.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos
O caos convoca-nos, várias vezes, durante a nossa existência.
ResponderEliminarUm abraço.
Excelente poema, onde li a jornada da vida com suas agruras, acabando por prevalecer a serenidade.
ResponderEliminarAdorei.
Beijinho e óptima semana com paz e saúde, Pity.😘
Boa noite Pity,
ResponderEliminarHá momentos em que somos invadidos por um turbilhão de sentimentos e é como se o mar habitasse em nós.
O caos instala-se.
E o mar vai derramando gota a gota, tudo o que nos sufoca.
Belissimo poema!
Beijinhos, Pity, boa semana e muita paz.
Emília
Quando por acaso, 'os tumultos se entranhar' ,deixemos a lágrima cumprir o seu ciclo livremente para honrar o que se sente , sem disfarces. Chorar é também um ato de libertação a roçar nosso rosto,
ResponderEliminarUm abraço, Pity _ bonito poema,
Há um desacerto que vem em noites traiçoeiras e faz este estado de desorganização.
ResponderEliminarBom e profundo sentir amiga.
Bjs e paz na feliz semana.
Cada lágrima que cai no rosto faz uma sulco que represente o lugar onde a angústia se deteve. Habitada pelo mar, deixa que essa imensidão possua. Como se fosse imprescindível. Gostei da epígrafe do nosso amigo Agostinho.
ResponderEliminarTudo de bom.
Um beijo.
Há dias assim
ResponderEliminarem que nos vestimos de sombras e outros em que a Primavera nos habita a alma...
E noutros é a saudade que quem já fomos neste Universo ou noutros...
Que esse imenso mar se acalme
ResponderEliminarem sintonia com o poema
(por aqui, a rebentação amansou)
Beijo fâ
Se temos um mar enorme dentro da gente, não é umas gotinhas de tristeza que vai nos contaminar!!
ResponderEliminarBela reflexão.
Lindo poema, querida Pity.
ResponderEliminarUma verdade irrespondível. Até me fez lembrar uma música que muito apreciei no passado.
"Tem dias que a gente se sente // Como quem partiu ou morreu // A gente estancou de repente // Ou foi o mundo então que cresceu."
E não é?
Bjsssssssssssssssss
Beautiful image and very nice poem. Warm greetings from Montreal, Canada.
ResponderEliminarOlá, amiga Piedade, gostei muito do seu poema, mais uma mostra de seu talento poético.
ResponderEliminarVotos de um feliz fim de semana, com paz e saúde.
Abraços, amiga.
Olá querida Piedade!
ResponderEliminarMais um poema maravilhoso! Relembra-me aqueles dias mais nublados por dentro, em que tudo parece "sem cor"...
Abraços para si! 🤗
É simultaneamente fascinante e aterrador, este seu Mar de Dentro, Piedade Sol.
ResponderEliminarO meu, voltou a ficar sereno como um espelho durante algumas semanas, não houve lua nem vento que o tirassem daquele marasmo...
um beijo!
Há dias em que adiamos tudo para que os tumultos cessem e possamos encontrar a serenidade desejada. Então se faz o poema e com ele a transfiguração do momento em uma linguagem matizada pelo azul do mar sem lantejoulas.
ResponderEliminarBeijinhos, Piedade!
Há que saber gerir o caos... que acaba por ser melhor que a paz podre...
ResponderEliminarExcelente poema.
Boa semana querida amiga Piedade.
Beijos.
A face é tão só o rosto
ResponderEliminarda lágrima anúncio de emoção,
da temperatura da alma
Nunca se renda o corpo
ao destino da secura
Um poema muito bom.
Obrigado.
Beijo