Onde o mar se confunde com a cidade ____ e a cidade com o mar
Venho de um local onde a solidão,
fazia comunhão com o entardecer,
e onde as fábulas tinham razão de subsistir,
para a partilha dos ruídos e das vozes imaginativas,
pelo meu entendimento de criança.
Quando a madrugada se declarava,
e a luz resplandecia crua e bela,
por vezes os pássaros esvoaçavam em círculos de exaltações,
e eu olhava deslumbrada para todo aquele tráfego,
e em meu cérebro um esboço se compunha em minha mente.
Eu não tenho cadeias na voz, e por vezes sufoco no tempo,
não tenho pedras no coração, apenas batimentos acelerados,
quando o passado ressurge sem ser convocado,
e meu olfacto sente o odor das gardénias que a mãe tinha no jardim da casa grande.
Onde o mar se confunde com a cidade ___ e a cidade com o mar.
©Piedade Araújo Sol 2022-12-28
Imagem : Al Jardine
Etiquetas: Direitos de autor, Piedade Araújo Sol, poesia
22 Comentários:
!Claro que no tienes piedras en el corazón¡ Amiga, tienes una gran sensibilidad a la hora de plasmar tus hermosas letras que llegan, llegan al alma de quien quién te lee y sabe comprender tus profundos sentimientos que salen volando como pajarillos con gran rimo y a sabiduría, la vida tiene eso, es bella y también melancólica. Cada cual la llevamos lo mejor que podemos. Te dejo un aplauso prolongado por este exquisito poema. Y gracias por tu buen hacer.
Ha sido un inmenso placer pasar a leerte, gracias por compartir tan hermosa poesía.
Se muy muy feliz.
Tão belo, este poema, Piedade!
Para mim, também foi sempre assim, que sempre morei perto do mar...
Na realidade, era ainda o Tejo que me saudava na varanda da casa do Dafundo, mas, agora, há já cinquenta anos que moro onde o Tejo se (con)funde com o mar.
Um beijo!
Olá, amiga Piedade,
Belíssimo poema, onde as recordações de infância emergem, para enaltecer a beleza que existe, entre a cidade e o mar, na sua plenitude.
Gostei muito.
Continuação de ótima semana!
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
As memórias vividas intensamente com cheiros e cores...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Imagem e poema deslumbrantes, lindíssimos de ver e ler. A harmonia poética perfeita.
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Uma semana feliz. Saudações poéticas.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Olhar como quem surfa no movimento da Terra. Assim se confunde, funde e retorna entre a cidade e o mar.
Cordiais saudações bárdicas.
Juvenal Nunes
Olá, Piedade, que belo poema, amiga, eu lembro muito mais de minha infância do que da adolescência, e que delícias de recordações! Talvez porque na infância ainda não temos o sentido das responsabilidades, dos perigos e medos, das preocupações com o futuro.
Lindo, gostei muito, senti essas lembranças, mas com leveza.
Uma feliz semana, muita paz pra nós todos!
Beijinho
desejo uma linda noite obrigada pelo carinho bjs tudo de bom muita saude
Excelente porosa poética!!
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Numa caminhada, sem ver a estrada do arrependimento...
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Beijo. Boa noite!
Terça: boa peça trouxe esta aos ouvidos...
os olhos pasmaram de surpresa e
a boca acordou um balbúcio mudo
(Por que se atravessam as memórias
de fronteira na gente?)
Gostei, Piedade.
Bj.
Tan bello y profundo poema te invita a soñar al igual que la imagen. Te mando un beso.
O que fazer com estas saudades, que vem lá de trás em forma de cheiros e cores? Isto que fez Pity, poetizar olhando para o fim de tarde sobre o mar.
Lindo amiga.
Bjs e paz.
Boa tarde Piedade
Um poema maravilhoso que me diz tanto...
A infância é um marco indelével nas nossas vidas que nos marca para sempre.
Gostei imenso Pity;))
Beijinhos,
Ailime
Quando o passado surge sem ser convocado
perco todo o tino e fico submerso em memórias que não quero ter.
Ao passado, gosto eu de ir buscá-lo...
Que poema...!!!
Os meus aplausos, gostei imenso.
Continuação de boa semana, amiga Piedade.
Beijo.
Olá, amiga Piedade,
felizmente levamos conosco, ao longo da vida, a criança
que fomos, nosso verdadeiro farol para os dias de neblina
ou de escuridão, e também nos dias de luz e nos dias em
que o sol se põe.
Belíssimo poema. Aplausos!
Ótimo final de semana, com paz e esperança.
Beijo.
Belo poema, onde as recordações da infância tem o cheiro a gardénias e onde o mar se confunde com a cidade.
Um bom fim de semana
bjs
Olá, amiga Piedade,
Passando por aqui, relendo este lindo poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Oi, Pity!
A saudade não pede licença para entrar. É bom ter boas lembranças. Elas nos carregam para um lugar que fomos felizes e que naquele momento nem sempre achávamos que éramos. A magia da mente que pode viajar mais rápido que a luz e que nos levam para esses lugares que alimentam nossa alma.
Beijus,
Bonito poema!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Super blog
é em seu olhar que a cidade se confunde com o mar e o mar se confunde com a cidade. A memória não esquece tudo o que o coração guardou. Tão belo, este poema.
Tudo de bom para si, minha Amiga Piedade.
Uma boa semana.
Um beijo.
Ainda bem que lembrou a Luísa Henriques das "Marés de espanto". Ficámos amigas.
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