terça-feira, 29 de novembro de 2022

Onde o mar se confunde com a cidade ____ e a cidade com o mar

 

Venho de um local onde a solidão,
fazia comunhão com o entardecer,
e onde as fábulas tinham razão de subsistir,
para a partilha dos ruídos e das vozes imaginativas,
pelo meu entendimento de criança.

Quando a madrugada se declarava,
e a luz resplandecia crua e bela,
por vezes os pássaros esvoaçavam em círculos de exaltações,
e eu olhava deslumbrada para todo aquele tráfego,
e em meu cérebro um esboço se compunha em minha mente.

Eu não tenho cadeias na voz, e por vezes sufoco no tempo,
não tenho pedras no coração, apenas batimentos acelerados,
quando o passado ressurge sem ser convocado,
e meu olfacto sente o odor das gardénias que a mãe tinha no jardim da casa grande.

Onde o mar se confunde com a cidade ___ e a cidade com o mar.

©Piedade Araújo Sol 2022-12-28
Imagem : Al Jardine

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22 Comentários:

Blogger Marina Filgueira disse...

!Claro que no tienes piedras en el corazón¡ Amiga, tienes una gran sensibilidad a la hora de plasmar tus hermosas letras que llegan, llegan al alma de quien quién te lee y sabe comprender tus profundos sentimientos que salen volando como pajarillos con gran rimo y a sabiduría, la vida tiene eso, es bella y también melancólica. Cada cual la llevamos lo mejor que podemos. Te dejo un aplauso prolongado por este exquisito poema. Y gracias por tu buen hacer.

Ha sido un inmenso placer pasar a leerte, gracias por compartir tan hermosa poesía.
Se muy muy feliz.


terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger Maria João Brito de Sousa disse...

Tão belo, este poema, Piedade!

Para mim, também foi sempre assim, que sempre morei perto do mar...

Na realidade, era ainda o Tejo que me saudava na varanda da casa do Dafundo, mas, agora, há já cinquenta anos que moro onde o Tejo se (con)funde com o mar.

Um beijo!

terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger Mário Margaride disse...

Olá, amiga Piedade,
Belíssimo poema, onde as recordações de infância emergem, para enaltecer a beleza que existe, entre a cidade e o mar, na sua plenitude.
Gostei muito.
Continuação de ótima semana!
Beijinhos!

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger Marta Vinhais disse...

As memórias vividas intensamente com cheiros e cores...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger - R y k @ r d o - disse...

Imagem e poema deslumbrantes, lindíssimos de ver e ler. A harmonia poética perfeita.
.
Uma semana feliz. Saudações poéticas.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
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terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger Juvenal Nunes disse...

Olhar como quem surfa no movimento da Terra. Assim se confunde, funde e retorna entre a cidade e o mar.
Cordiais saudações bárdicas.
Juvenal Nunes

terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, Piedade, que belo poema, amiga, eu lembro muito mais de minha infância do que da adolescência, e que delícias de recordações! Talvez porque na infância ainda não temos o sentido das responsabilidades, dos perigos e medos, das preocupações com o futuro.
Lindo, gostei muito, senti essas lembranças, mas com leveza.
Uma feliz semana, muita paz pra nós todos!
Beijinho

terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger A Paixão da Isa disse...

desejo uma linda noite obrigada pelo carinho bjs tudo de bom muita saude

terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger Cidália Ferreira disse...

Excelente porosa poética!!
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Numa caminhada, sem ver a estrada do arrependimento...
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Beijo. Boa noite!

terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger Agostinho disse...

Terça: boa peça trouxe esta aos ouvidos...
os olhos pasmaram de surpresa e
a boca acordou um balbúcio mudo

(Por que se atravessam as memórias
de fronteira na gente?)

Gostei, Piedade.
Bj.

terça-feira, 29 novembro, 2022  
Blogger J.P. Alexander disse...

Tan bello y profundo poema te invita a soñar al igual que la imagen. Te mando un beso.

quarta-feira, 30 novembro, 2022  
Blogger Toninho disse...

O que fazer com estas saudades, que vem lá de trás em forma de cheiros e cores? Isto que fez Pity, poetizar olhando para o fim de tarde sobre o mar.
Lindo amiga.
Bjs e paz.

quarta-feira, 30 novembro, 2022  
Blogger Ailime disse...

Boa tarde Piedade
Um poema maravilhoso que me diz tanto...
A infância é um marco indelével nas nossas vidas que nos marca para sempre.
Gostei imenso Pity;))
Beijinhos,
Ailime

quarta-feira, 30 novembro, 2022  
Blogger Rogério G.V. Pereira disse...

Quando o passado surge sem ser convocado
perco todo o tino e fico submerso em memórias que não quero ter.
Ao passado, gosto eu de ir buscá-lo...

quarta-feira, 30 novembro, 2022  
Blogger Jaime Portela disse...

Que poema...!!!
Os meus aplausos, gostei imenso.
Continuação de boa semana, amiga Piedade.
Beijo.

quinta-feira, 01 dezembro, 2022  
Blogger Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amiga Piedade,
felizmente levamos conosco, ao longo da vida, a criança
que fomos, nosso verdadeiro farol para os dias de neblina
ou de escuridão, e também nos dias de luz e nos dias em
que o sol se põe.
Belíssimo poema. Aplausos!
Ótimo final de semana, com paz e esperança.
Beijo.

sexta-feira, 02 dezembro, 2022  
Blogger partilha de silêncios disse...

Belo poema, onde as recordações da infância tem o cheiro a gardénias e onde o mar se confunde com a cidade.
Um bom fim de semana
bjs

sexta-feira, 02 dezembro, 2022  
Blogger Mário Margaride disse...

Olá, amiga Piedade,
Passando por aqui, relendo este lindo poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde.
Beijinhos!

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

sexta-feira, 02 dezembro, 2022  
Blogger Luma Rosa disse...

Oi, Pity!
A saudade não pede licença para entrar. É bom ter boas lembranças. Elas nos carregam para um lugar que fomos felizes e que naquele momento nem sempre achávamos que éramos. A magia da mente que pode viajar mais rápido que a luz e que nos levam para esses lugares que alimentam nossa alma.
Beijus,

sábado, 03 dezembro, 2022  
Blogger Isa Sá disse...

Bonito poema!
Isabel Sá
Brilhos da Moda

sábado, 03 dezembro, 2022  
Blogger Rajani Rehana disse...

Super blog

segunda-feira, 05 dezembro, 2022  
Blogger Graça Pires disse...

é em seu olhar que a cidade se confunde com o mar e o mar se confunde com a cidade. A memória não esquece tudo o que o coração guardou. Tão belo, este poema.
Tudo de bom para si, minha Amiga Piedade.
Uma boa semana.
Um beijo.

Ainda bem que lembrou a Luísa Henriques das "Marés de espanto". Ficámos amigas.

segunda-feira, 05 dezembro, 2022  

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