terça-feira, 21 de agosto de 2018

nas minhas mãos

Cristina Coral
nas minhas mãos, cabiam todas as tardes em que eu olhava o rio
e o confundia com o mar brilhante que havia nos teus olhos
por vezes plácido
outras vezes quase colérico
quase revolto,

mas as minhas mãos hospedaram tantas vezes as tardes e os dias
que por vezes as palavras foram seda
e a maciez delas em ti foram apenas ocaso
foram ternura desmedida e luz a escorrer em cachão,

as minhas mãos resguardaram o meu mundo
e eu fiquei aqui
nesta margem a tentar prolongar os tons em sépia que o    crepúsculo
ainda e sempre nos mimoseia.

© Piedade Araújo Sol 2013-02-26

12 Comentários:

Blogger Marta Vinhais disse...

Porque há memórias, histórias escritas nas mãos...
Seja ao amanhecer, seja ao entardecer... nesse Mundo que tornamos nosso quando olhamos o horizonte...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

terça-feira, 21 agosto, 2018  
Blogger Larissa Santos disse...

Poema encantador que me fascinou. Parabéns:))

Hoje; Contrabalanço de nuvens densas

Bjos
Votos de uma óptima Terça - Feira

terça-feira, 21 agosto, 2018  
Blogger Elvira Carvalho disse...

Um excelente poema.
Abraço

terça-feira, 21 agosto, 2018  
Blogger Cidália Ferreira disse...

Sempre eximia nos teus poemas!!
Olho a candura das ondas bravias

Beijo e um excelente dia.

terça-feira, 21 agosto, 2018  
Blogger Os olhares da Gracinha! disse...

Lindo de ser lido e uma imagem interessante!!!
Bj
A minha Ana ainda está a recuperar com exames marcados para setembro ... numa dieta rigorosa e a melhorar lentamente!!!

terça-feira, 21 agosto, 2018  
Blogger Agostinho disse...

Gostei de ler, Piedade.
O Gunter Grass refere-se à tinta sépia com que garatujou a despedida nos seus últimos desenhos. É um tom transpirado de saudade.

O olhar debruça-se
às janelas que a vida tem
nelas procura o que tem
e não tem
No eu e no outro

Bj.

terça-feira, 21 agosto, 2018  
Blogger José Carlos Sant Anna disse...

Eis aqui o poder da imagem, da linguagem, tão bem definidas. As duas metades: eu lírico e o outro, que se juntam formando o todo da expressão poética.
Beijinhos,

sexta-feira, 24 agosto, 2018  
Blogger Jaime Portela disse...

Um poema de excelência.
Parabéns pela inspiração e, principalmente, pelo talento poético.
Piedade, um bom fim de semana.
Beijo.

sábado, 25 agosto, 2018  
Blogger Graça Pires disse...

Gostei tanto, Piedade que gostava de ter sido eu a escrever isto… Magnífica, a fotografia.
Uma boa semana.
Um beijo.

segunda-feira, 27 agosto, 2018  
Blogger O Árabe disse...

Quem dera, Piedade, pudessem sempre as nossas mãos resguardar o nosso mundo! Belo post, boa semana.

segunda-feira, 27 agosto, 2018  
Blogger Mar Arável disse...

Nas mãos um mundo quase inteiro

segunda-feira, 27 agosto, 2018  
Blogger expertshelp disse...

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quarta-feira, 29 agosto, 2018  

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