O medo
Katharina Jung
espreita no breu que a noite carrega,
assusta-me,
ou quiçá me protege,
e eu nem sei.
assusta-me,
ou quiçá me protege,
e eu nem sei.
chega brando, silente sem cor,
por entre as sombras das nuvens,
e entra mesmo com as janelas vedadas,
as portas trancadas,
as cortinas cerradas.
por entre as sombras das nuvens,
e entra mesmo com as janelas vedadas,
as portas trancadas,
as cortinas cerradas.
entra e senta-se comigo à mesa,
faz cama na minha cama,
e voa com a brisa que por vezes,
me afaga o rosto.
faz cama na minha cama,
e voa com a brisa que por vezes,
me afaga o rosto.
travamos os dois,
uma luta titânica sem cânones,
deixando-me extenuada ,mas
não quero e não posso,
e não o deixarei vencer-me.
uma luta titânica sem cânones,
deixando-me extenuada ,mas
não quero e não posso,
e não o deixarei vencer-me.
©Piedade Araújo Sol 2018-02-12
13 Comentários:
Julgo que não te vencerá
Mas tens mais que uma opção
Rende-te
ou negoceia tréguas
Lutamos sempre... está sempre presente... nada é um obstáculo....
Mas temos que o vencer....
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Bom dia. Poema lindo demais. Parabéns.
Hoje:- "Clausuro-me... por fidelidade."
.
Bjos
Votos de um feliz dia de Carnaval.
Não acredito que se deixe vencer. Não tão pouco que utilize o seu nome para pedir tréguas.
Um abraço e bom Carnaval
Tão bonito!!
Beijo.
Feliz Carnaval
É que por vezes não é fácil vencer!
Gostei de ler ... bj
Viva, Piedade. O teu poema é perturbador. Contém uma realidade muito comum reconhecida em muito nome.
O medo. "assusta-me, / ou quiçá me protege" é o ponto que mais me impressionou. A charneira onde o vento dobra o arrepio.
Atrás dum medo outro há
à espera da hora de tocar
a fímbria que nos envolve
Parece guardar o lugar...
Tudo de bom, por aí.
Só os tolos é que não sentem o medo...
Excelente poema, parabéns.
Bom fim de semana, amiga Piedade.
Beijo.
Vim te fazer uma visita, deixar meu elogio
a agradecer sua amizade, uma frase pra vc
A felicidade aparece para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam em nossa vida.
Clarice Lispector
Bjuss
Rita!!
Instala-se sem pedir licença... e tantas vezes surgindo de onde menos se espera... podemos tentar conviver com ele... mas não o devemos deixar reinar...
Um poema muito belo... e com uma mensagem bem positiva... devemos permitir-nos ter medo... mas não devemos permitir, que ele nos vença...
Adorei cada palavra, Piedade!
Beijinho! Feliz domingo!
Ana
Verdade, Piedade: será que o medo nos protege, ou apenas nos assusta? Mas, pelo menos neste caso, ele fez algo mais: deu origem a uma bela página! Excelente post, boa semana.
Sei que nunca se vai deixar vencer pelo medo.
Quem faz assim um poema pode sentir medo sem se permitir ter medo dele...
Belo, Piedade.
Uma boa semana.
Um beijo.
Da nudez do silêncio
que me visita
o medo a possuir-me,
a voz delicada
e o rumor de água
a cantar humildemente
e um vento de milênios,
cheio de fantasia,
sem me deixar reconhecer
o enigma
das minhas mãos vazias...
Beijos, Piedade!
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