A casa grande
ionut caras
A casa grande, era tão grande,
e por vezes tornava-se pequena demais para nós
As nossas vozes confundiam-se como chilreios desafinados
As gargalhadas ressoavam
E tudo era motivo de alegria
Na pressa de viver a vida
E sorver as emoções à flor da pele
Havia o poço cheio de água onde os patos nadavam
O cão Setter que um dia matou duas galinhas,
o gato amarelo que passava o dia a dormir e que nunca caçou nada na vida,
e as plantas viçosas e bem tratadas.
O jardim era tão grande
Com flores que tingiam a nossa vista de cores
E as narinas de bálsamos
A casa grande está lá, tão grande, e tão pequena
Ainda resiste ao tempo e ao vento
Abandonada
E vazia
Tão vazia como nós…
e por vezes tornava-se pequena demais para nós
As nossas vozes confundiam-se como chilreios desafinados
As gargalhadas ressoavam
E tudo era motivo de alegria
Na pressa de viver a vida
E sorver as emoções à flor da pele
Havia o poço cheio de água onde os patos nadavam
O cão Setter que um dia matou duas galinhas,
o gato amarelo que passava o dia a dormir e que nunca caçou nada na vida,
e as plantas viçosas e bem tratadas.
O jardim era tão grande
Com flores que tingiam a nossa vista de cores
E as narinas de bálsamos
A casa grande está lá, tão grande, e tão pequena
Ainda resiste ao tempo e ao vento
Abandonada
E vazia
Tão vazia como nós…
© Piedade Araújo Sol 2016-12-05
23 Comentários:
Poema lindo demais! Parabéns
Beijinhos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
A casa como espaço físico e imagético num poema que parece um desfiar de memórias marcadas pela ternura das coisas que deram sentido à construção da vida- casa.
Piedade, gostei muito de saber dos fashes que te enformaram a alma de poeta. A casa romanceada em linguagem poética não pode deixar de levar ao "eu" ideal.
Bonito
Um bj.
Um poema recordação que me levou à minha infância.
Um abraço
Voltaste a ser menina, Piedade. E reencontraste a casa que te parecia grande, mas agora é pequena. E disseste-nos que um poeta pode regressar à infância com a inocência nas palavras...
Belíssimo!
Uma boa semana.
Beijos, minha Amiga.
Estas casas eternas
habitam-nos
Bj
Un lugar privilegiado para esa casa y una grna escalera que no lleva diredto al cielo.
Buen poema con una idílica imagen.
Besos
Não está vazia, se ainda guarda memórias...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
A casa da nossa meninice e do aconchego do amor familiar,
um tema muito belo e terno para um poema encantador...
Gostei muito, estimada amiga.
Beijinho.
~~~
O tempo é uma lupa, Piedade...
abraço
your poem is so touching and deep.
it reminded me the large house of mine back in village where i lived most beautiful times with my parents and ran as flew over the hills along friends like butterfly .
this house still exists but not for me now
Um poema e uma imagem perturbadores...bj
E apesar de vazias... permanecerão sempre cheias... de recordações, por parte de quem por elas passou...
Como sempre um belíssima e tocante inspiração, Piedade!
Beijinho! Continuação de uma boa semana!
Ana
A imagem é fantástica, Piedade. E o texto, secundado pela música envolvente, desafia qualquer classificação. Belo, muito belo! Bom resto de semana, obrigado.
Piedade, assim é a vida, quando se tem sorte. Uma casa grande, tanto espaço para as brincadeiras, o jardim, mas depois o tempo destrói essas preciosidades, a casa fica para trás, as lembranças não. Por isso a casa grande, pequena agora, ainda está lá, sozinha, como assim estão os que a deixaram. Parabéns.
Abraços.
Pedro.
A dimensão das coisas também depende do olhar...
Magnífico poema, gostei imenso.
Bom fim de semana, querida amiga Piedade.
Beijo.
É Incrível como as palavra tem o poder de nós gerar emoções, e há muito não me sentia tão abraçados pelas palavras e por minhas emoções. muito obrado por esse momento.
Abraço.
E a casa grande está cheia de recordações.
Tão nostálgico e tão belo
Beijinhos
Maria
uma vibração subtil percorre as casas abandonadas, quando algum poeta as erguem em poema!
muito belo, teu poema.
beijo
Tudo lindo aqui.
Moça querida e poetisa primorosa, que encanto ler-te.
Beijinho Pi
"a minha velha casa", oiço a voz belíssima do Tordo, no poema genial do Ary,"a casa do Campo Grande" e embrenho-me neste seu poema, como se a minha casa fosse (a dos meus avós).
entro nela, vindo do quintal, tão cuidado e tão igual.
e agora só o céu é seu teto...
não resistiu.o tempo quis apagar as memórias como apagou as vidas.
hoje, só este lindo texto/poema, me fez voltar.
e com ele revi o meu tempo de menino,
o meu sonho e o meu carinho por aquele espaço, tão pequenino aos olhos vividos, mas tão imenso, como imenso era o coração partilhado com esses seres maravilhosos, os meus avós e quando a inocência era grandeza.
muito obrigado por este (meu) momento de lucidez.
Um abraço.
Boa semana, Piedade; aguardo o próximo post.
Engraçado como com o tempo somos todos lembranças.Lindas estas lembranças poeticamente colocadas, há um certo saudosismo misturado com incompletude.
A casa permanece em nós como a nos fazer reconstruir das cinzas de um passado.
Uma imagem para acordar lembranças.
Abraços amiga.
Bjs.
e, contudo, a casa grande vive dentro da poetiza.
sinto o poema como uma revisitação, não uma plena nostalgia ou melancolia, não totalmente triste, onde os vazios se acomodam, pois são o que são. gosto!
beijinhos
:)
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