terça-feira, 12 de abril de 2016

O silêncio quebrado

Christine Ellger


O silêncio quebrado
porventura por um lento volutear,
ou talvez um sussurro célere,
na limpidez do papel que escrevinhas,
com um prazer quase obsceno ,
se assim se pode circunscrever.

as letras seriam perfeitas
isentas de dor, ou revolta
a paz seria branca, ou de uma cor inusitada
mas clara, muito clara
a desfazer-se em claridade,
que ofuscaria a retina frágil dos olhos.

escreves numa folha incolor,
e sabes que por mais palavras que registes,
para ti a folha estará sempre branca
imaculada, mas infiltrada em qualquer espelho
que desenvolverá,
um rio cheio de vocábulos em imagens,
que só tu poderás decifrar,
em abismos de insónia e medo.

©Piedade Araújo Sol 2016-04-11

26 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Que poema soberbo!!
Adorei!

segunda-feira, 11 abril, 2016  
Blogger Majo disse...

~~~
~~~~ Pé ante pé, em pezinhos de lã,
~ não quero perturbar o momento criativo...

~~~~~~ Esse rio raro de vocábulos,
~~~~~ cuidadosamente selecionados,
~~ pode ser apenas decifrável para ti,
mas é para nós que os escreves e dedicas.
~ Cabe-me o direito de julgar o poema.

Acho-os sempre eloquentes e muito belos!

~~~~~ Beijinhos, querida amiga.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

segunda-feira, 11 abril, 2016  
Blogger Luis Eme disse...

Quando escrevemos para dentro de nós é assim...

abraço Piedade

terça-feira, 12 abril, 2016  
Blogger mz disse...

Decifrar as imagens que lemos é a magia que a escrita faz acontecer.

Eu gostei muito da imagem da folha incolor cheia de palavras e sempre branca sempre imaculada e pronta a receber palavras e mais palavras.

Bjnhs

terça-feira, 12 abril, 2016  
Blogger Cidália Ferreira disse...

Um poema sublime!
Amei

Beijo e um dia feliz

Coisas de Uma Vida 172

terça-feira, 12 abril, 2016  
Blogger Agostinho disse...

Parabéns!
Assim, como vens, superas a gravidade do silêncio.
Do silêncio que arrasta as mentes para a opacidade do medo ou para a imobilidade móvel dum satélite que gravita sem luz.
Tu, porém, elevas-te com brilho do branco amnésico duma A4, virginalmente neutro, para criar na transparência do azul as orgânicas mais perfeitas do íntimo dum ser.

Com 1 bj, bom dia!

terça-feira, 12 abril, 2016  
Blogger mixtu disse...

decifrei
silencios
´sentires
num espelho de palavras
de imagens...

poesia

terça-feira, 12 abril, 2016  
Blogger O Árabe disse...

Lúdico e inquietante, Piedade! Estas, aliás, são características sempre presentes, em teus poemas. Obrigado, boa semana.

terça-feira, 12 abril, 2016  
Blogger Escritora de Artes disse...

Decifrar abismos de insonia e medo, é um grande propósito!

Belíssimo...

Bjos

terça-feira, 12 abril, 2016  
Blogger Unknown disse...

Maravilhoso! Profundo! Parabéns!

terça-feira, 12 abril, 2016  
Blogger Maria Rodrigues disse...

Quebra-se o silêncio da alma quando se escreve o que vai no coração. Magnifico poema.
Piedade, recebi um prémio que circula na net e venho partilhá-lo consigo.
Para mim a importância não está no prémio em si, mas sim no que ele representa, a criatividade, imaginação, inspiração, bem como as horas e dedicação que cada um dá aos seus blogues deixando neles um pouco de si.
Provavelmente já recebeu de outros amigos esta recomendação, mas fica também aqui o meu reconhecimento pelo mérito do seu blogue.
Beijinhos
Maria

terça-feira, 12 abril, 2016  
Blogger Rogério G.V. Pereira disse...

Poema oportuno

Posso dar-lhe outro título?
"A antecâmara do grito"

quarta-feira, 13 abril, 2016  
Blogger Marta Vinhais disse...

Porque há sempre palavras a decifrar...
Silêncios a quebrar, medos a enfrentar...
E olhares profundos e sábios...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

quarta-feira, 13 abril, 2016  
Blogger SOL da Esteva disse...

O teu silêncio quebravas,
Numa tão grande emoção,
Que, dentro do coração,
O teu silêncio gritavas.


Beijo
SOL

quarta-feira, 13 abril, 2016  
Blogger Fábio Murilo disse...

O oficio, o sacrifico do poeta, o eterna insatisfação, a inquietação dos dias. Abraços, sol.

quinta-feira, 14 abril, 2016  
Blogger DE-PROPOSITO disse...

O silêncio acontece em momentos de profunda meditação ou, em certos casos em momentos de medo. E quando ele se quebra há um desmoronamento de emoções.

Que a felicidade ande por aí.
MANUEL

quinta-feira, 14 abril, 2016  
Blogger MARILENE disse...

Caminhos da escrita, sofridos, intensos, infinitos. Uma navegação solitária e inquietante, um grito do dentro em busca de respostas que apenas lá estão. Esse foi meu sentir, Piedade, ao ler a folha que não estava em branco. Bjs.

sexta-feira, 15 abril, 2016  
Blogger Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um belo poema muito bem ilustrado por uma magnifica fotografia.
Um abraço e bom fim de semana.

sexta-feira, 15 abril, 2016  
Blogger Mário Margaride disse...

Há silêncios...que nos dizem e transmitem todas as emoções.

Belíssimo poema, amiga Piedade!

Beijinhos e bom fim de semana!

sexta-feira, 15 abril, 2016  
Blogger Ana Freire disse...

Um poema magnífico!!! Uma folha em branco... é um mundo, capaz de absorver todos os silêncios... e transformá-los em puras emoções... e imagens da alma...
Magnífica inspiração... com uma fabuloso suporte de imagem, a acompanhar...
Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana

sexta-feira, 15 abril, 2016  
Blogger Rita Freitas disse...

Verdadeiramente difícil descobrir o que vai na alma do poeta mas verdadeiramente fácil descobrir a beleza nas palavras :)

bjs

sexta-feira, 15 abril, 2016  
Blogger Jaime Portela disse...

Parabéns por este poema.
É magnífico.
Gostei imenso, como sempre.
Bom fim de semana, querida amiga Piedade.
Beijo.

sábado, 16 abril, 2016  
Blogger Isa Lisboa disse...

Que venha sempre esse silêncio, da caneta a passar nas folhas...! :)
Um beijinho

domingo, 17 abril, 2016  
Blogger O Árabe disse...

Aguardo o próximo post, Piedade! Boa semana.

segunda-feira, 18 abril, 2016  
Blogger Graça Pires disse...

As palavras como rios, saindo da boca de quem escreve e tem as letras a flutuar nos lábios onde nenhuma palavra é intrusa. Belo momento criativo, minha amiga.
Um beijo.

segunda-feira, 18 abril, 2016  
Blogger AC disse...

A vida, quase labirinto, mas com pétalas de ternura...

Um beijinho, Piedade :)

quinta-feira, 21 abril, 2016  

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