desaguaram em todos os desencontros
Mariska Karto
das palavras levadas
na maciez (?)
dos silêncios,
desaguaram todos os desencontros.
dos silêncios,
desaguaram todos os desencontros.
nas escadas em
caracol,
da casa abandonada da praia
nenhum gesto ficou.
da casa abandonada da praia
nenhum gesto ficou.
apenas um bocado de jornal
desbotado pelo tempo,
e que o vento não levou,
jaz morto e contorcido entre beatas de cigarros.
e que o vento não levou,
jaz morto e contorcido entre beatas de cigarros.
e em cada primavera
nasceu uma flor,
que de estação em estação, resiste teimosa às intempéries do vento
que a chicoteia juntamente com a areia.
que de estação em estação, resiste teimosa às intempéries do vento
que a chicoteia juntamente com a areia.
mas, o pior dos
desencontros,
é este fragmento estilhaçado,
numa memória em lamento calado.
é este fragmento estilhaçado,
numa memória em lamento calado.
num sonambulismo de
sombras e fantasmas,
os vestígios que ficaram alongados no chão,
são apenas uma espécie de monólogo.
os vestígios que ficaram alongados no chão,
são apenas uma espécie de monólogo.
©Piedade Araújo
Sol 2016-04-26
24 Comentários:
Excelente poema Pi. Gostei muito.
E a imagem é um espectáculo.
Abraço
A Primavera trás os perfumes e o canto dos pássaros, que podem pelo menos ajudar a esquecer "fantasmas".
Abraço Piedade
Poema fantástico, Adorei. Parabéns
Beijinhos e um dia feliz
Coisas de Uma Vida 172
... entretanto
Maio florido
Memórias estilhaçadas...mas que persistem em falar, em ser ouvidas...
Apesar do abandono do tempo....Quem sabe se não voltarão a fazer parte dele?
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
na maciez do silêncio
jazem (outros) vestígios
antecipando um maduro Maio
As memórias que guardámos no sotão do nosso coração, por vezes podem ser dolorosas, mas há que deixá-las ir...
Boa semana, Piedade!
belo teu poema - uma coreografia de sentimentos muito bem descrita.
beijo
(grato pelo poema no outro espaço)
Imagens que a memória trás para despertar outras memórias.
Perfeito, Amiga.
Beijo
SOL
Excelente, Piedade
Circunstâncias, vestígios,
vivos na memória,
dias a fio
vazios
de sol, frios.
e do nevoeiro
traições
sobem ao palco
em cruéis encenações.
Um poema vindo da escultura da alma,
nos sentires mais profundos, belos
e sublimes a fazerem eco nas
palavras num registro de um
grito mudo e repleto de
uma beleza poética maior!...
Fiquei totalmente encantada
com o seu belíssimo poema, Piedade.
Bjs.
~~~
Belíssimo e tocante poema,
pungente em sentires como
vazio, a solidão, a saudade...
Desencontros tão marcantes
que esperam, ano após ano,
o lenitivo do esquecimento.
~ Beijinhos, Poeta amiga. ~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Show de imagens e imaginação, Sol. Ótimo! Beijos!
Bom dia, Piedade!
Que bela composição de palavras, parabéns!
A imagem ficou perfeita, também.
Um lindo dia,
Abraços esmagadores.
Olá Pi, um poema brilhante em mágoas reluzente em desencontros bafejado de tantos lamentos. Adorei amiga. Beijos com carinho
Esqueci-me de dizer, que a imagem é fabulosa. Beijinhos
O tempo não apaga as madrugadas que nos ficaram impressas no olhar. Apesar dos desencontros e da solidão...
Um poema muito belo, Piedade.
Um beijo.
Brindaremos ao pôr do sol enquanto em nós prevalecer o desejo.
bj
Linda poesia, Piedade!
Rica em detalhes e imagens!
Grande abraço, sucesso e ótima semana!
Consegue fazer belos os tantos desencontros.
Imenso abraço e muito obrigada por ter assistido meu canal!
Os desencontros são assim, os silêncios acabam por calar a memória.
Excelente poema, gostei imenso.
Boa semana, querida amiga Piedade.
Beijo.
Verdade que não podemos negar, Piedade: os vestígios que ficam no chão do caminho tornam-se apenas um monólogo que repetimos, diante das nossas desilusões. Belo post, boa semana!
Desencontros... por entre os intervalos do tempo... que os renova através das memórias... e eles persistem... em monologo...
Simplesmente, mais outro trabalho magnifico... e imenso, no seu alcance, de significado...
Lindíssimo poema!
Beijinhos
Ana
Há os momentos, as circunstâncias, os cenários... Por vezes, na tentativa de compreensão das coisas, é o monólogo que leva a melhor.
Muito bom, Piedade!
Um beijinho :)
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