terça-feira, 26 de abril de 2016

desaguaram em todos os desencontros

Mariska Karto
das palavras levadas na maciez (?)
dos silêncios,
desaguaram  todos os desencontros.
nas escadas em caracol,
da casa abandonada da praia
nenhum gesto ficou.
apenas um bocado de jornal desbotado pelo tempo,
e que o vento não levou,
jaz  morto e contorcido entre beatas de cigarros.
e em cada primavera nasceu uma flor,
que de estação em estação, resiste teimosa às intempéries do vento
que a chicoteia juntamente com a areia.
mas, o pior dos desencontros,
é este fragmento estilhaçado,
numa memória em lamento calado.
num sonambulismo de sombras e fantasmas,
os vestígios que  ficaram alongados no chão,
são apenas uma espécie de monólogo.

©Piedade Araújo Sol  2016-04-26

24 Comentários:

Blogger Elvira Carvalho disse...

Excelente poema Pi. Gostei muito.
E a imagem é um espectáculo.
Abraço

terça-feira, 26 abril, 2016  
Blogger Luis Eme disse...

A Primavera trás os perfumes e o canto dos pássaros, que podem pelo menos ajudar a esquecer "fantasmas".

Abraço Piedade

terça-feira, 26 abril, 2016  
Blogger Cidália Ferreira disse...

Poema fantástico, Adorei. Parabéns

Beijinhos e um dia feliz

Coisas de Uma Vida 172

terça-feira, 26 abril, 2016  
Blogger Mar Arável disse...

... entretanto
Maio florido

terça-feira, 26 abril, 2016  
Blogger Marta Vinhais disse...

Memórias estilhaçadas...mas que persistem em falar, em ser ouvidas...
Apesar do abandono do tempo....Quem sabe se não voltarão a fazer parte dele?
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

terça-feira, 26 abril, 2016  
Blogger Rogério G.V. Pereira disse...

na maciez do silêncio
jazem (outros) vestígios

antecipando um maduro Maio

terça-feira, 26 abril, 2016  
Blogger Isa Lisboa disse...

As memórias que guardámos no sotão do nosso coração, por vezes podem ser dolorosas, mas há que deixá-las ir...

Boa semana, Piedade!

quarta-feira, 27 abril, 2016  
Blogger Manuel Veiga disse...

belo teu poema - uma coreografia de sentimentos muito bem descrita.

beijo

(grato pelo poema no outro espaço)

quarta-feira, 27 abril, 2016  
Blogger SOL da Esteva disse...

Imagens que a memória trás para despertar outras memórias.
Perfeito, Amiga.



Beijo
SOL

quarta-feira, 27 abril, 2016  
Blogger Agostinho disse...

Excelente, Piedade

Circunstâncias, vestígios,
vivos na memória,
dias a fio
vazios
de sol, frios.
e do nevoeiro
traições
sobem ao palco
em cruéis encenações.


quarta-feira, 27 abril, 2016  
Blogger Suzete Brainer disse...

Um poema vindo da escultura da alma,
nos sentires mais profundos, belos
e sublimes a fazerem eco nas
palavras num registro de um
grito mudo e repleto de
uma beleza poética maior!...

Fiquei totalmente encantada
com o seu belíssimo poema, Piedade.
Bjs.

quarta-feira, 27 abril, 2016  
Blogger Majo disse...

~~~
Belíssimo e tocante poema,

pungente em sentires como

vazio, a solidão, a saudade...

Desencontros tão marcantes

que esperam, ano após ano,

o lenitivo do esquecimento.

~ Beijinhos, Poeta amiga. ~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

quarta-feira, 27 abril, 2016  
Blogger Fábio Murilo disse...

Show de imagens e imaginação, Sol. Ótimo! Beijos!

quinta-feira, 28 abril, 2016  
Blogger Poções de Arte disse...

Bom dia, Piedade!
Que bela composição de palavras, parabéns!
A imagem ficou perfeita, também.
Um lindo dia,
Abraços esmagadores.

quinta-feira, 28 abril, 2016  
Blogger rosa-branca disse...

Olá Pi, um poema brilhante em mágoas reluzente em desencontros bafejado de tantos lamentos. Adorei amiga. Beijos com carinho

quinta-feira, 28 abril, 2016  
Blogger rosa-branca disse...

Esqueci-me de dizer, que a imagem é fabulosa. Beijinhos

quinta-feira, 28 abril, 2016  
Blogger Graça Pires disse...

O tempo não apaga as madrugadas que nos ficaram impressas no olhar. Apesar dos desencontros e da solidão...
Um poema muito belo, Piedade.
Um beijo.

sábado, 30 abril, 2016  
Blogger Armando Sena disse...

Brindaremos ao pôr do sol enquanto em nós prevalecer o desejo.
bj

domingo, 01 maio, 2016  
Blogger Evandro L. Mezadri disse...

Linda poesia, Piedade!
Rica em detalhes e imagens!
Grande abraço, sucesso e ótima semana!

domingo, 01 maio, 2016  
Blogger Gaby Lirie disse...

Consegue fazer belos os tantos desencontros.

Imenso abraço e muito obrigada por ter assistido meu canal!

domingo, 01 maio, 2016  
Blogger Jaime Portela disse...

Os desencontros são assim, os silêncios acabam por calar a memória.
Excelente poema, gostei imenso.
Boa semana, querida amiga Piedade.
Beijo.

segunda-feira, 02 maio, 2016  
Blogger O Árabe disse...

Verdade que não podemos negar, Piedade: os vestígios que ficam no chão do caminho tornam-se apenas um monólogo que repetimos, diante das nossas desilusões. Belo post, boa semana!

segunda-feira, 02 maio, 2016  
Blogger Ana Freire disse...

Desencontros... por entre os intervalos do tempo... que os renova através das memórias... e eles persistem... em monologo...
Simplesmente, mais outro trabalho magnifico... e imenso, no seu alcance, de significado...
Lindíssimo poema!
Beijinhos
Ana

quinta-feira, 05 maio, 2016  
Blogger AC disse...

Há os momentos, as circunstâncias, os cenários... Por vezes, na tentativa de compreensão das coisas, é o monólogo que leva a melhor.
Muito bom, Piedade!

Um beijinho :)

domingo, 08 maio, 2016  

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