Não sei porquê
Não sei porquê, no outro dia
não te falei dos sonhos que ficaram derramados,
quando a porta se fechou.
não te falei dos sonhos que ficaram derramados,
quando a porta se fechou.
Não gritei a ternura desprotegida que descambou,
estrangulada, nos dias cativos.
estrangulada, nos dias cativos.
Talvez foi o vento, que enxugou a lágrima que se concebeu,
quando a tarde tombou na cidade,
e o tempo se esvaiu numa espera escusada.
quando a tarde tombou na cidade,
e o tempo se esvaiu numa espera escusada.
E o relógio prendeu-se em noites,
de horas tresmalhadas.
de horas tresmalhadas.
O frio inquieto e sagaz molda-nos,
o corpo e a vontade,
apenas ficam os gestos.
o corpo e a vontade,
apenas ficam os gestos.
E as mãos esquecem pousadas,
no fundo dos bolsos frios.
no fundo dos bolsos frios.
Talvez no outro dia,
talvez, o tempo escoou para dentro,
de outro tempo.
talvez, o tempo escoou para dentro,
de outro tempo.
Outro tempo, talvez, que não era o nosso
ou será que era?
ou será que era?
©Piedade Araújo Sol
2016-02-29
23 Comentários:
Fica a dúvida, dentro do poema. :)
abraço Piedade
Maravilhoso poema, como sempre!
Gostei muito
Beijos de boa noite
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Nem sempre sabemos por deixamos de dizer as coisas, porque deixamos de executar certos gestos. :)
Belo, Piedade.
Bj
Carpinteiraste um poema com duas madres-traves - talvez e tempo - onde assentaste a tua lírica apaixonada. Boa.
No talvez jaz uma dualidade:
a dúvida e a possibilidade.
Não podem é as mãos ficar,
inertes, nos bolsos. A voracidade
do tempo não se compadece
perante semáforos ou cidade
lapsos lapsos negros na vida
acumulação de dias na idade.
Bj, grato.
Desencontros de almas... talvez porque não fosse o tempo certo... ainda... pois o futuro, sempre nos reserva um universo de infinitas possibilidades...
Um poema maravilhoso... com a sensibilidade a transparecer em cada palavra...
Adorei! Beijinhos!
Ana
Bela obra, Piedade!
É sempre prazeroso visitar seu nobre espaço!
Grande abraço, sucesso e ótima semana!
Sanemos muito pouco dos sentimentos que nos cortam a vontade e nos impedem de fazer o que deveríamos ter feito.
Gostei do poema.´
Um abraço
Um poema feito de silêncios... De vazios...
Esquecido na noite...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Que lindo!!!! Bjbj Lisette.
O sentir caminha no seu tempo,
às vezes até é eterno diante da
dimensão vivida e a razão ocupa
um espaço que nem sempre
acompanha o sentir!...
Muito belo o teu Poema e
a imagem que acompanha,Piedade!!
Beijo.
Você expõe o sentir de uma forma mágica, Piedade. Por vezes, visual. Nem sempre o silêncio diz o que exige palavras. E as interrogações que ficam não são respondidas pelos vazios. Lindo! Bjs.
~~~
Tão belo, como emocionante!
Como entristecem,
ferem e doem estas oportunidades perdidas!
Grata pelos excelentes momentos de leitura
da tua admirável poesia lírica...
~~~ Beijinhos, querida amiga. ~~~
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Belo e cheio de verdades, Piedade! Quando a porta se fecha, muitos são os sonhos derramados... e muitas são as vezes em que só depois que o tempo passa, percebemos que era o nosso tempo. Obrigado, bom resto de semana.
Fechar uma porta é sempre um risco, pode impedir os sonhos de entrarem.
Na memória só ficam os gestos
O tempo a escoar por dentro do tempo. Uma ideia fantástica sobre o que a vida nos traz e leva e torna a trazer. Depois resta a lembrança e o poema. Muito belo, minha amiga!
Um beijo, Piedade.
Gestos que o tempo leva mas também tempo que pode fazer com que gestos se repitam.
Belíssima poesia!
beijinho, Pi. :)
Um sentir pleno de nostalgia, sonho, alguma dor e saudade.
Belissímo poema
Beijinhos
Maria
Incertezas bordadas em tão bela tela que... quase apetece ficar na incerteza.
Mais um belo poema, Piedade!´
Um beijinho :)
Um poema interessante !
Os sonhos que se foram, e o tempo que foi, o tempo dos sonhos.
Abraço
MANUEL
Tantas vezes temos a dúvida se determinado tempo é nosso ou não. Mas, na dúvida, o melhor é pensar que é mesmo nosso.
Magnífico poema, gostei imenso, sem qualquer dúvida...
Boa semana, querida amiga Piedade.
Beijo.
foi o vento
e se as mãos esquecem também aquecem, no fundo dos bolsos quentes
um abraço, Senhora de muitos bolsos
Tem-se muitas vezes a sensação de viver num tempo que não o nosso. Este poema diz-me taaaaanto! Adorei Pi. Beijos com carinho
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