Em Janeiro
Em Janeiro
com o frio a infiltrar-se nos ossos
Lisboa não cabia nos teus olhos
quando te perdias pelas ruelas desconhecidas
e a ansiedade te invadia
o rosto incendiado de ternura.
Quando olhavas para as montras
e ajeitavas os cabelos de chuva
descaídos pelas costas
não sei que imaginavas
quando com o meu casaco
te cobria o corpo franzino a tiritar.
Os teus sonhos talvez fossem
os barcos que navegavam no Tejo
e as tuas mãos que entrelaçavas nas minhas
nas noites em que cintilavam estrelas que eu nem via
e tu sorrias calada.
Eu não sabia -ainda - que em ti existiam
sabores de sentimentos ocultos
e um sorriso de sal e algas tão grande
que sobrevive no tempo e nos teus olhos,
e que no teu ser os afectos estão entranhados nos ossos.
São eternos como os barcos do Tejo.
Etiquetas: Piedade Araújo Sol, poesia
24 Comentários:
ai.que lindo
deste-me vida ao amanhecer
fiquei com os ossos rijos!!
beijos em ti!!
Belo!
que belo encontro de mãos, nas ruelas de Lisboa.
gostei muito do poema.
beijo
A eternidade é um lugar que fica. Mesmo quando tudo e todos se foram...
belo mesmo, que excelente momento de inspiração.
beijinho Piedade
E esses momentos são sempre eternos...
Estão sempre presentes, no frio, no calor, na verdade da memória...
Lindo...
Obrigada pela visita...
Beijos e abraços
Marta
lindo o barco. lindas as águas do Tejo. linda a gaivota. lindo o poema cheio de nostalgia.
Um abraço
"Os teus sonhos talvez fossem os barcos que navegavam no Tejo"... Gostei muito desta imagem! E de todo o poema :)
Piedade, retorno ao poema, porque ele ficou espargindo em mim, como as águas do Tejo, nos barcos que o navegam...Ora eu vejo o olhar acuidoso de alguém que está mesmo atento a todos os movimentos (eu diria aos seus, porque eu tenho uma sensação de pessoalidade muito grande no poema, estou equivocada?); ora percebo um rasgo profundo de saudades, causado pela (tua) ausência, ou pelo distanciamento de ambos (?), como se em algum momento da vida, ela tivesse interrompido esse encontro (de almas), um grande amor, que ambos sentiam, e ficou eternizado nos gestos, e no que viveram. Perdão pela invasão, mas tenho uma impressão de que foste a inspiração desse belo poema...
Gostei muito desta forma de escreveres no masculino!
Conseguiste colocares-te do outro lado de uma forma muito bonita...!
Pi...
Lindo o teu poema! Sim... são eternos os barcos do Tejo!...
Beijos,
AL
Piedade,
Todo este poema me deslumbrou e terminou da melhor maneira.
Gosto tanto dessas pessoas cujo ser é feito de afectos entranhados até aos ossos.
Beijinhos para ti.
Branca
Os sonhos...serem os barcos...que imagem linda como todo o poema...lindo...
Agradeço a presença em momento de tanta dor: não esquecerei que estiveste comigo.
BS
.
.
. bel.íssima a palavra que nos traz Lisboa e o Seu rio . ao desafio entre a natureza humana e a virtude dos afectos .
.
. um bom domingo .
.
. um beijo meu .
.
.
Encantador...
Abraço Lisette.
Magnífico poema, como sempre.
Gostei imenso.
Piedade, querida amiga, tem uma boa semana.
Beijo.
Eu diria...
ternos como os barcos do Tejo!
Beijinhos!
belíssimo!
Na verdade na memória das fragatas das faluas dos cacilheiros dos botes e dos varinos
voejamos
Tão bonito.. e a fotografia condiz na perfeição!
Miss Tangerine, passa lá :)
em janeiro Lisboa
e
muito belo, Pi!
Belo poema. Bela foto. Belo Janeiro... embora frio! :)
Beijinho
love the peaceful scene here, and the capture of the boat's mirrored reflection is wonderful.
p.s. would you consider adding a translation tool to your blog, so we could read it in our native language? Google has a nice translator gadget for Blogger...
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