uma história sem história
Não escrevi uma, mas, várias histórias que falavam sobre ti.
Desenhei várias vezes o teu rosto sobre as águas do rio, mas, tu rias e dizias sempre que eu era muito complexa, e que ninguém pode desenhar nada sobre as águas, e, muito menos o teu rosto.Mas,eu sempre fiz isso e ainda faço.
Hoje as bátegas de chuva que caíram desamparadas sobre as águas do rio, fizeram-me acreditar que, afinal, o teu rosto, não é a única coisa que eu posso desenhar nas suas águas...
Também posso desenhar a minha mágoa, e assim talvez me sinta mais desprendida desta amargura que me abraça como uma teia e me aniquila vagarosamente.
Não escrevi uma história sobre ti. Mas várias, muitas delas pela alvorada dentro, quando a saudade me fazia avivar ainda mais a falta da tua presença.
Hoje estou aqui de pé junto da janela que dá para o rio, desenho nos seus vidros ofuscados pelo vapor que sai da minha respiração, um barco que vai embora e lá dentro em vez de um marinheiro, desenho uma sombra abstracta que simboliza a minha mágoa, que retrata a minha e a tua história sem história...
6 Comentários:
Muito belo texto e construção, embora um pouco melancólico. Ainda bem que deitaste a tristeza fora...
Beijinho
Só um beijinho!...mas transatlântico! :) ***
Querida Pi
Mesmo que a melancolia, tristeza salte em tuas letras - mesmo assim eu gosto de te ler - sempre:)
Beijinhos
BomFeriado
Querida Piedade, deixa que eu desenhe no barco a minha saudade e ele a leve para longe, junto com a tua história sem fim.
beijos doces
Querida Pi
Lindo texto! Por que razão escrevemos melhor quando estamos tristes? Será carma das almas ligadas à poesia? Não sei...
Um beijo
Daniel
História mto doce e bela. Muito bem contada. Excelente texto. Beijos
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